CHAMADO DAS ÁGUAS PELAS FLORESTAS
Território Quilombola, Camponês e da Pesca Artesanal
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO DOMINGOS
Conceição da Barra - Espírito Santo - Brasil
Inverno -Primavera 2018
Pelas águas do Rio São Domingos e pelas águas de todo o Sapê do Norte! Em nossa primeira expedição pudemos redescobrir o Rio São Domingos, suas margens e afluentes soterrados pelo monocultivo do eucalipto. Nesta página você poderá conhecer alguns resultados! Mapas, fotos, textos, vídeos e Ilustrações. Boa Navegação!
21 de setembro
Dia da Árvore
Dia Internacional
de luta contra o
monocultivo de árvores
peloriosaodomingos@gmail.com
Como se não bastasse, pra completar a chacota, a empresa chama sua plantação de floresta. Segundo a Fibria/Suzano/Aracruz “é, sim senhor!” e, não duvide, a FAO/ONU respalda. Afinal, o que é floresta? Alegar que esse enfileiramento químico e industrial de eucalipto de rápido crescimento é uma floresta contradiz não só a natureza e os saberes milenares, mas também o simples bom senso.
Como é floresta? Se silenciam os pássaros, tornam invisíveis os macacos, arrancam as ervas e as frutas? E “ai” da mata, que alimenta e cura, quando tenta retornar pra seu lugar! Pra empresa não pode. Rapidinho chega o Glifosato pra resolver e colocar ordem! A ordem do produtivismo, da terra seca e contaminada, da água que some, do alimento que acaba.
Anunciar que esse plantio é “sustentável” é puro mau caratismo, de quem quer desviar a atenção pro real fato que, de sustentáveis, estes plantios têm apenas as gordas contas bancárias dos grandes empresários. O agronegócio é podre.
Em tempos de economia verde, de marketing verde e precificação da Natureza, todo o cuidado é pouco. Pra não cair de otário/a.
Cuidado com a lavagem cerebral da Fibria. Vasculhe sua memória, e a dos avós. O que é floresta pra você? Qual imagem vem em sua mente? Se imagina diferentes tonalidades de verde, grande variedade de árvores, frutos e animais, então ficou muito fácil. Não aceitem trocar gato por lebre.
Só é necessário dar o nome certo. Floresta é floresta, já a monocultura
de eucalipto é plantação de árvores. Uma coisa é uma coisa, outra coisa
outra coisa. Quem só vê árvore, não vê floresta.
Plantações não são florestas.
Dia 21 de setembro é o dia internacional da luta contra os monocultivos de árvores.
Pesca com juquiá e jacá
As flores já não crescem mais
Em sua linha marginal, a empresa derrubou quase toda mata nativa: com correntes, motosserras e tratores. Ainda hoje, soterra nascentes, lagoas e córregos. Expulsou e destruiu famílias e comunidades tradicionais. Segue profanando cemitérios e lugares sagrados. Violentou mulheres. Poluiu as águas e terras com seus agroquímicos. Desdenha da sabedoria ancestral. Desde que chegou, no final dos anos 60, é tudo eucalipto, por toda parte. No dia da árvore, seus aviões sobrevoam e despejam químicos no São Domingos, celebrando a contaminação.
O lambari morreu
Até o alecrim murchou
O sapo se mandou
Porque o ribeirão secou...
Cerca com muzanzas
Purungu: cabaça que carregavam água na cabeça
Peixes: traíra, cará, juquiá, piabas
Apicum: moita onde dá guaiamum
Peral: lugar fundo no rio
Aratu: caranguejo
Tarimba: mesa de beira de rio que tem diversas serventias
Sarará: serve para isca
Filiadeiras: mulheres que limpam os peixes
ARTIGOS
CARTA AO CONSELHO DE SAÚDE
Denunciamos!
Denunciamos!
Denunciamos!
MAPA DE IMPACTOS E CRIMES DETALHADO
Nesta margem do São Domingos, celebram cada árvore nativa como uma floresta. Cuidam de suas matas ciliares, recuperam nascentes, libertam lagoas, retomam territórios. Desejam dar sequência e destino à história ainda viva, na memória de seus anciãos e anciãs. A floresta abriga seus modos de vida: a medicina e culinária, o artesanato e os folguedos, a pesca, a coleta, a agricultura, os ritos sagrados, seus Deuses, Santos e Orixás.
Na outra margem, a Suzano Celulose celebra seu meganegócio. Ao comprar a Fibria/Aracruz, tornou-se a maior do mundo, em pasta de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto. De porteira fechada, levou o Porto e o complexo industrial em Aracruz, e a vasta monocultura que se estende por todo litoral Norte do Espírito Santo e Extremo Sul da Bahia. Assume também o mega passivo social, ambiental e econômico, toda a degradação gerada por décadas de violação de direitos humanos e da Natureza!
Em todo o planeta, no dia 21 de Setembro, celebramos o dia da árvore! Em Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo, nas margens do Rio São Domingos, são muitas as celebrações.
Na primeira margem, afroquilombolas, pequenos agricultores e camponesas, sem terras e pescadoras artesanais celebram as árvores da Mata Atlântica: jequitibá, peroba, jacarandá, angelim, sucupira, vinhático..... E tantas outras, que trouxeram da África e da Ásia, e de outras regiões da América, como jaqueiras, mangueiras, dendezeiros, coqueiros... No dia da árvore, os povos e a Natureza festejam a sócio-bio-diversidade! Que souberam guardar e proteger, durante gerações, em seus territórios tradicionais ainda não demarcados.
MATÉRIAS
NAVEGUE PELO SÂO DOMINGOS
Formicidas e contra pragas : Bacillus Thuringiensis (DIPEL)
Cloreto de Benzalconio – Amônio Quaternário
Neonicotinóides (Actara, Evidence 700, Tiametoxam) -
Organofosforados (Orthene 750 BR)
Oxicloreto de Cobre – Inorgânico - Pirazol - Trifloxistrobina
Embalagem encontrada com facilidade entre os talhões de eucalipto.
O que a SUZANO-FÍBRIA trata como remédio para suas plantações são VENENO para as águas, mata, solos, animais e pessoas!
Potenciais agrotóxicos utilizados
oxifluorfen, Isoxazol, Triazolona, Ciclohexenodicarboximida
Glifosato (herbicida) - Sulfluramida(Mirex) (formicida)
Bromex, (nome comercial) Brometo de metila, proibido na Europa - DMA 806, que é o 2,4D - Garlon 480, (triclopir)
Goal BR, (oxifluorfem) - DIPEL (Bacillus thuringiensis)(contra as lagartas) -
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UMA LEGENDA
CHOCANTE
VÍDEOS
O RIO SÃO DOMINGOS VEM SENDO CUIDADO HÁ GERAÇÕES QUE RESISTEM!
EUCALIPTO
MATA NATIVA
BACIA DO RIO SÃO DOMINGOS
MAS...
Moreia: peixe de carne branca e escama escura
CANA DE AÇÚCAR
MATA NATIVA
EM ESTÁGIO INICIAL
DE REGENERAÇÃO
Suas
Guardiãs
e
Guardiões
estão
atentos!
Os moradores contam que a aeronave não bate o veneno em cima das comunidades, mas nas proximidades, cerca de 100 metros. O vento, porém, sopra o líquido pra dentro das casas. “Passam muito perto, dá pra ler o que está escrito no avião”, explicam. “Tá todo mundo respirando esse veneno. É uma falta de respeito!”, protestam. Nas lavouras, os efeitos colaterais também são visíveis, amarelando as plantações de café e de pimenta-do-reino. Matéria do Jornal Século Diário.
à saúde de suas crianças!
à sua cultura!
aos VENENOS despejados
Desenhos das crianças quilombolas!
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à água consumida pela Suzano-Fíbria
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Uma empresa como a Fibria que sozinha consome só no seu complexo industrial de Aracruz a mesma quantidade de água que a população total da região metropolitana;
que gera inúmeros conflitos por água com as comunidades do entorno dos seus plantios;
que transformou uma região de Mata Atlântica em semi-árida
OUSA
“A partir do monitoramento do uso da água nas florestas, a Fibria pretende estabelecer metas quantitativas e, então, mitigar possíveis conflitos relacionados à sobreposição do uso da água.”
Falsa solução: dar dicas para redução do consumo de água como política de bons vizinhos.
E ainda contraria todos os seus vizinhos dizendo: Os resultados, ao longo do tempo, mostram que não há impactos negativos ao meio ambiente que possam ser atribuídos aos plantios de eucalipto
“A Fibria mapeou 246 bacias hidrográficas e decidiu atuar em nove delas, localizadas em regiões em que a companhia mantém plantios e cujo manejo florestal pode influenciar a oferta hídrica”.
E O QUE NÃO DIZ
Quais são estas bacias?
Por que estas?
E as demais?
Quais os resultados desta atuação?
Procurando muito encontramos informações da Fibria sobre seu consumo de água no Espírito Santo que confirma:
- aumentou o consumo de água superficial de 2014 (505.865 mᵌ) a 2016 (676.959 mᵌ)
- aumentou o consumo de água subterrânea de 2014 (115.573 mᵌ) a 2016 (363.765 mᵌ)
- diminui o consumo de água de chuva de 2014 (7.909 mᵌ) a 2016 (2.470 mᵌ)
Até onde vai este consumo de água?
Por que caiu o consumo de chuva?
Tem outorga e licenciamento para toda água que consome?
Quanto paga pela água que consome?
“Pesquisas mostram que o consumo de água entre o eucalipto e as florestas nativas é semelhante”
ENTÃO
Melhor deixar que as florestas nativas nos digam!
E O QUE NÃO DIZ
às pulverizações aéreas
O QUE ESTÃO JOGANDO
QUAIS OS EFEITOS
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A urgente regularização dos territórios quilombolas e da pesca artesanal pelo Estado.
Barrar definitivamente a expansão dos plantios de eucalipto no município de Conceição da Barra.
Os crimes contra Direitos Humanos e da Natureza, no Rio São Domingos.
Conceição da Barra Espírito Santo
Brasil
Pelo plantio indiscriminado de eucalipto nas matas ciliares, e nas lagoas do Cantagalo e do Encantado, no Linharinho.
Pela destruição e soterramento de nascentes e dos córregos que desaguavam no Rio São Domingos.
Por regar seus plantios de eucalipto com a pouca água que ainda resta no rio, em detrimento do uso das comunidades quilombolas, de pesca artesanal e da própria cidade de Conceição da Barra.
Pelo intenso uso de agrotóxicos no eucaliptal, inclusive com pulverização aérea, sem respeitar distância segura das comunidades, dos pequenos fragmentos de Mata Atlântica, e a direção e força do vento.
Por querer ampliar ainda mais a monocultura em Conceição da Barra, comprando a área coberta por cana de açúcar, inclusive mudando lei municipal que limitava seu megalatifúndio. Pois já invadiu 68% da área municipal!
Denunciamos a
Suzano Celulose!
Por mentir para a sociedade e para as comunidades, nos números que apresenta como “bons vizinhos”. E por não ser transparente sobre seu megaconsumo total de água, nas fábricas e no eucaliptal.
Denunciamos o Conselho do FSC (selo verde) e a Certificadora Imaflora!
Por certificarem a monocultura química de eucalipto de rápido crescimento da Suzano, como se fosse floresta.
Por certificarem como “economicamente viável” uma empresa que inviabiliza a economia local, destruindo as condições de sobrevivência e de trabalho de milhares de famílias, na pesca tradicional e na agricultura.
Por enganaram a sociedade, afirmando ser “ambientalmente adequada” uma empresa que não respeita o Código Florestal: as matas ciliares, lagoas, nascentes e o acesso a água.
Por mentirem afirmando ser “socialmente justo” um megalatifúndio que viola territórios de povos tradicionais, e gera milhares de famílias sem terras.
Denunciamos FAO, Banco Mundial, Banco Europeu de Investimento, Agências Europeias de Crédito de Exportação, BNDES, Governo Federal e Governo do Espírito Santo.
Por seus planos, investimentos, isenções fiscais, créditos de exportação destinados à expansão das monoculturas de eucalipto e fábricas de celulose, em detrimento da Mata Atlântica.
Por promoverem a destruição das florestas e de seus povos guardiões, para expandirem as monoculturas de árvores.
Exigimos!
Fora Suzano-Fíbria!
Tire seus eucaliptais criminosos das margens e nascentes!
Que saiam de cima das lagoas e córregos.
Vivam os povos quilombolas, ribeirinhos, de pesca artesanal, guardiões das águas, que cuidam e protegem suas matas! Viva o Rio São Domingos!
O recuo dos plantios criminosos da empresa, sobre a mata ciliar, as lagoas, nascentes e córregos que abasteciam o São Domingos. Aplicação de multa por décadas de crime ambiental.
A reparação dos danos históricos e das atuais violações de direitos das comunidades tradicionais quilombolas e de pesca artesanal, pela destruição de seus territórios.
Proteção imediata da Natureza, da Mata Atlântica e da bacia do rio São Domingos, e promoção de seus povos e famílias guardiães.
O fim do selo FSC da empresa, e de sua mensagem “verde”, mentirosa e desonesta com os povos capixabas e com o consumidor final da celulose.
O fim dos investimentos públicos e privados em monoculturas de eucalipto, fingindo serem florestas.
Que empresas como Kimberly-Clarc e Proctor and Gamble parem imediatamente de comprar a celulose criminosa da Suzano.
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em breve...
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INFORMATIVOS
ONDE TUDO DESEMBOCA
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DADOS CARTOGRÁFICOS CONSOLIDADOS
ARTIGO: Agrofloresta Quilombola e Crise Hídrica